terça-feira, 27 de outubro de 2020

SER PROFESSOR




SER PROFESSOR
  

Ser professor é plantar

Sem muito esperar colher,

Se alegrar a cada instante

Que ver um aluno crescer;

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Mas vale a pena exercer.

 

Ser professor é um misto

De alegrias e dor,

Mas é essa profissão

Que forma o grande doutor;

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Que merece mais valor.

 

Ser professor hoje em dia

Já é profissão de risco,

Mas se não fosse esse herói,

Ninguém faria um rabisco.

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Tendo aluno mais arisco.

 

Ser professor é viver

Encarando desafio.

É tecer aprendizagens

Com alunos, fio-a-fio.

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Enfrentando sol e frio.

 

Ser professor meu amigo,

Não é nenhuma moleza,

Pra conduzir o processo

É preciso ter destreza.

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

E exige delicadeza.

 

Ser professor é viver

Verdadeiro aprendizado;

Por mais que você se esforce

Sempre há um desagrado.

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Não se apegue ao resultado.

 

Ser professor é viver

Nessa vida tudo um pouco.

É ser médico e ser pai,

Psicólogo e até louco.

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Trabalhar e ganhar pouco.

 

Ser professor como sonho,

Já não desperta prazer,

Porque o trabalho é duro

Não há tempo pra lazer.

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Ninguém mais quer exercer.

 

Ser professor não é fácil

Mas sempre é necessário,

Espero que algum dia

Se valorize o salário.

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Que forma o empresário.

 

Professor é ser espelho

E jamais fugiu à luta.

Mesmo indiretamente

É formador de conduta.

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Dia a dia na labuta.

 

Ser professor é doar

E dedicar seu melhor.

Algumas vezes em troca

Te retribuem o pior.

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Ô paciência de Jó!

 

Ser professor é ser grato

Quando vem o resultado.

Exige muito trabalho,

Pra colher o esperado.

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Mas deixa um belo legado.

 

Ser professor é tão grande

Que não cabe num papel,

Por isso aqui encerro,

Esse singelo cordel.

É uma árdua missão

Essa nossa profissão,

Pra qual tiro meu chapéu.


                                                                Efigenia Dias


IGUALDADE E CIDADANIA


Imagem da internet

IGUALDADE E CIDADANIA

Um dia Cury me disse
Pra despertar atenção,
De quem tiver lhe ouvindo
Trabalhe sua emoção.
Portanto em verso e rima
Pra ver se você se anima
Vou falar de cidadão.
 
Igualdade e cidadania
Soa muito diferente,
Vi cachorro no Brasil
Ser tratado como gente;
Mas nunca vi gente pobre
No meio do rico nobre
Ser respeitado igualmente.
 
Hoje pra ser cidadão
Você precisa votar;
No tempo da eleição
É abraço pra danar;
Depois que o período passa,
Pra muitos o pobre em massa;
É lixo pra descartar.
 
Não vá trocar o seu voto
Por água, luz e bujão
Nem mesmo por um remédio
Ou até mesmo um milhão.
Faça um voto consciente
E não se der por contente
Com um aperto de mão.
 
O cidadão consciente
Não tem preço não senhor!
Jamais fica bajulando
Político falso e doutor.
A sua dignidade
Como sua honestidade
Não tem preço, tem valor.
 
Exerce cidadania
Quem age com consciência
Seja em casa, na escola,
Na igreja, na ciência,
Na política ou na rua
Defenda a verdade sua
Com respeito e transparência.
 
Jamais se iguale por baixo
Isso não é igualdade
Cobre proposta decente
Pro bem de sua cidade
Não seja inconsequente
Só porque é bem frequente
Venderem honestidade.
 
Igualdade e cidadania
É exercício diário
Que ultrapassa fronteiras
Entre pobre e empresário.
Seja grande cidadão
Do litoral ao sertão
Da cidade ao meio agrário.
 
Coloque na sua mente
Você nasceu pra crescer.
Defenda a educação
Procure as leis conhecer.
Cobre saúde e respeito
Jamais vote num sujeito
Que venha lhe constranger.
 
Não permita que ninguém
Seu direito vá tirar.
Você é um cidadão
Mesmo depois de votar.
Cumpra com os seus deveres,
Viva e curta seus prazeres.
Saiba se valorizar.

                                                                                               Efigenia Dias

SAUDADE DA MINHA INFÂNCIA



Imagem da internet


SAUDADE DA MINHA INFÂNCIA


Ó Jesus meu Deus Menino

Vinde me iluminar,

Para descrever em versos,

Sem tremer e sem falhar,

Meu tempo bom de criança,

E reviver na lembrança,

Quando vivia a brincar.

 

Era um tempo de alegria

Com todos seus dissabores,

Andava de bicicleta

Sentindo o cheiro das flores,

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

De prantos, risos e dores.

 

Já tomei banho na chuva,

Bebi água do barreiro.

A noite toda família

Ia brincar no terreiro.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

À luz de um candeeiro.

 

Quando eu era menina

Chupava fruta no pé,

Depois contava os caroços

Para ver quem dava olé.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

Fugindo de orelha em pé.

 

Ia pescar na barragem

Aqueles peixes miúdos,

Mas quando a pesca era boa

Até pegava uns graúdos.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

Até em dias sisudos.

 

Lembro das minhas bonecas

E a casinha de palha.

Brincava com Leidijânia

E não havia uma falha.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

Onde nada atrapalha.

 

Brincava de fazendinha

No aceiro do terreiro,

Tinha boi de todo jeito,

Porco, cabrito e dinheiro.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança,

A fazenda e o chiqueiro.

 

Quando eu era pequena

Ia matar passarinho,

Quase nunca conseguia,

Só revirava o ninho.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

Furando o pé no espinho.

 

Lembro-me das traquinagens

Que minha mãe não gostava,

Me chamava atenção

E uns conselhos me dava.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

E a chinela que Ela usava.

 

Comi leite com farinha

E coco com rapadura,

Trapiar, juar, melão,

E na chuva tanajura;

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

Tudo com muita ternura.

 

Quando eu era criança

Tremia do pé a mão,

Com medo da “fulozinha”,

Do “vei” e bicho papão.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

E história de assombração.

 

Mesmo eu sendo criança

No roçado trabalhava.

Vendi doces na escola.

No recreio não brincava.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

E a sala que estudava.

 

Já subi muito em árvore

Sem ter medo de cair;

Afoitos iam na frente,

Os outros a lhe seguir.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

Saudade me faz sorrir.

 

Eu já brinquei, passa anel,

Cavalo de pau e roda,

Cai no poço, pula elástico,

Pião, ximbra e pula corda;

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

Que pena! Saiu de moda.

 

Se seu filho hoje não brinca

De tudo que estou falando,

Eu paro e lhe pergunto,

Do que é que está brincando?

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

Pego-me imaginando.

 

Lembranças que me entristecem

Quando paro pra pensar,

Que as tradições pouco-a-pouco

A tendência é se acabar.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

Que nunca deixei de amar.

 

As crianças hoje em dia

Não sabem o que é brincar,

Gastam o tempo precioso

Agarrada ao celular.

Hoje guardo na lembrança

Meu tempo bom de criança

Ultrapassado pra danar.

 

Você meu caro leitor

Preste bastante atenção;

Brinque junto com seus filhos,

Desperte sua emoção.

Pra não deixa a lembrança,

E o tempo bom de criança,

Ser mais um em extinção.

 

Aqui encerro o cordel

Para não me alongar.

São tantas minhas lembranças,

Talvez não vá lhe agradar.

Hoje guardo na lembrança

Do meu tempo de criança

Muita história pra contar.


                                                                                        Efigenia Dias