sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

À SOMBRA DO LIMOEIRO




À SOMBRA DO LIMOEIRO

Caro leitor lhe convido,
Uma viagem fazer;
A história de cacimbinhas,
Que aqui irei descrever;
Espero que você goste,
E sinta prazer em ler.

Eu trago para você,
Nesse singelo cordel;
Um pouco dessa história,
Pra qual eu tiro o chapéu;
E tenho muito prazer,
Em rabiscar no papel.

À sombra do limoeiro,
Nossa cidade nasceu;
Quando aqueles caçadores,
De sua água bebeu;
Foi lá no sítio choan,
Que sua origem se deu.

Eu vi quando caçadores,
Vinham lá de Pernambuco;
Atravessando a caatinga,
Naquele calor maluco;
E encontrar água fria,
Era um verdadeiro suco.

À sombra do limoeiro,
Pararam pra descansar;
Avistaram uma cacimba,
Ali naquele lugar;
Era tudo que queriam,
Para a sede saciar.

Daquele dia em diante
O limoeiro passou,
A ser ponto de descanso,
Em meio aquele calor;
Com sobra e água fresca,
Para qualquer caçador.

Crescendo o movimento,
Pessoas ali passando;
Vi a água da cacimba,
Aos poucos se acabando;
Em abrir outras cacimbas,
Foram logo planejando.

Abriram outras cacimbas,
Pra o povo abastecer,
O nome de Cacimbinhas;
Passaram a escrever;
À sombra do limoeiro,
Cacimbinhas vi crescer.

Mil oitocentos e trinta,
Habitação começou;
Quando João da Rocha Pires.
Vinte léguas aqui comprou;
Alfares rico e destemido,
Homem de muito valor.

Essas terras se estendiam,
Da Serra Branca a Palmeira;
O Alfares era abastado,
Isso não é brincadeira;
Lhe afirmo que vi tudo,
A história é verdadeira.

Eu vi quando Rocha Pires,
Levantou sua morada;
No local de Santa Cruz,
E trouxe a família amada;
Lá das bandas de Sergipe,
Sua terra adorada.

Ali também construiu,
Nossa primeira capela;
Antiga na região,
De arquitetura bela;
Tem quase duzentos anos,
Mas ainda rezo nela.

Seu filho Felix da Rocha,
Pensou logo em se casar;
No centro de Cacimbinhas,
Veio com o sogro morar;
Aquele povoamento,
Começou a prosperar.

Felix da Rocha e seu sogro,
Foram os desbravadores,
E fundaram Cacimbinhas;
Que cidadãos de valores!
Plantaram nossas raízes,
Entre alegrias e dores.

Cacimbinhas se tornou,
Estrada comercial;
De Palmeira pra Santana,
Do sertão ao litoral;
Quase duzentos quilômetros,
Distante da Capital.

Fim do século XIX,
Chega nessa região;
O Senhor José Gonzaga,
Destemido e de ação;
Desenvolveu o comércio,
Animando a população.

Ano de noventa e três,
Do século aqui citado;
Vem esse homem distinto,
Corajoso e animado;
Desenvolver Cacimbinhas,
E nela ser consagrado.

Foi ele quem implantou,
Aqui a primeira feira;
E não parou por aí,
Não veio pra brincadeira;
Queria ligar o telégrafo,
De Santana a Palmeira.

Para isso associou-se,
Com Clarindo Amorim;
Dificuldades surgiram,
E isso foi muito ruim;
Levando ele a falência,
E um desgosto sem fim.

Mil novecentos e três,
A vila é elevada;
Passando a ser povoado,
Por todo povo aclamada;
Logo dois anos depois,
Em Distrito é consagrada.

Teve emancipação,
Dezenove de setembro;
Data essa que se deu,
De Palmeira o desmembro;
Era década de 50,
Ainda hoje me lembro;

E para ser mais exato,
Cinquenta e oito, o ano;
Digo isso porque vi,
E registro sem engano;
Tudo como aconteceu,
Para não ser leviano.

Simão José Januário,
Foi o primeiro prefeito;
Nomeado na cidade,
Nem precisou ser eleito;
Por ser homem conhecido,
Senhor de muito respeito.

Convido você, turista,
Para aqui visitar;
O Castelo Medieval,
Que tem em nosso lugar,
A Serrinha do Cruzeiro,
E a vista contemplar;

Cacimbinhas se encontra,
Entre agreste e sertão;
Num recanto de Palmeira,
Sua microrregião;
Faz divisa com Estrela,
E Minador do Negrão.

Ao oeste Dois Riachos,
Em Pernambuco Iatí;
Ao sul Major Izidoro,
Mais adiante Igaci;
É um ponto estratégico,
Terra boa essa aqui.

Cacimbinhas apresenta,
Um clima bastante quente;
Em maio chega o inverno,
Alegrando muita gente;
Com ele vem a lavoura,
Deixando o povo contente.

As estações por aqui,
É mormaço e calor;
O Verão e a quentura;
Assusta o trabalhador;
A esperar pela chuva,
Nesse torrão sofredor.

À sombra do limoeiro,
Cacimbinhas floresceu;
Só narro porque eu vi,
Quando tudo aconteceu;
Garanto que foi assim,
Que a história se deu.



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